CONCURSO BANCA NOVA
PROJETO FINALISTA
banca nova
FICHA TÉCNICA
Local: São Paulo, Brasil
Status: concurso
Data do concurso: novembro 2012
Equipe: Guilherme Ortenblad, Samira Rodrigues, Kathleen Chiang, Mariane Christovam, Ana Carolina de Lima, Maarten Kempenaar
Maquete eletrônica 3D: Fernão Morato
LEITURA DO PAPEL DA BANCA
O atendimento pessoal é uma preferência típica do brasileiro, gostamos de ser atendidos por pessoas quando buscamos um serviço. Por vezes acabamos criando vínculos na convivência com esses personagens que encontramos em nossas rotinas: o porteiro, o padeiro, o cobrador do ônibus, etc. Essa relação também se aplica às bancas de jornal, havendo uma relação importante entre o cliente, usual ou não, e o vendedor da banca.
É o vendedor quem dá informações corriqueiras a quem transita na rua,ou dá indicações precisas sobre os produtos, como qual pode ser mais apropriado para seu cliente ou qual revista é novidade, sendo um meio de ligação importante entre as editoras e os consumidores. É inegável o potencial da banca como canal de atendimento para venda de produtos editoriais, completamente inserido no meio urbano.
Atualmente, sabe-se que o acesso à informação é cada vez mais fácil por meio das mídias digitais veiculadas na internet, o que implica na transformação das demandas e no programa da banca de jornal. A banca de hoje ainda não incorporou essas novas mídias, que podem torná-la um equipamento inédito na cidade. Pesquisas indicam que as bancas hoje concorrem com outros pontos de venda (supermercados, lojas de conveniência), que se apresentam acesso prático às mídias impressas.
Como se pode ver, a banca não é mais apenas um ponto de venda de mídia impressa, assume também o papel de conveniência. Muitas bancas agregam outros produtos e serviços: venda de produtos de bomboniere,bebidas refrigeradas, cigarros; serviços como recarga de cartões eletrônicos. Em alguns casos, há até casos bem sucedidos de serviços rápidos de chaveiro, reprografia, floricultura, entre outros; normalmente implantados de forma improvisada por não estarem previstos no desenho original da banca. Esses serviços complementares são importantes para sustentabilidade econômica da banca e estimulam, de forma indireta,o acesso e divulgação dos produtos editoriais.
Além de participar da vida cotidiana das pessoas, a banca também participa da cidade com presença recorrente, assumindo importante papel de mobiliário urbano. Da maneira que são dispostas hoje, as bancas não interagem com o entorno, nem em sua implantação (atrapalham o percurso do pedestre) e nem internamente (o consumidor encontra um espaço muito estreito para circular ou se abrigar dentro da banca).
Apesar da essência do seu programa e enorme potencial, as bancas hoje tem um desenho fechado, não estão integrados ao ambiente urbano, mídias digitais, às novas demandas programáticas. Assim, como resposta ao objetivo do concurso, apresentamos para as bancas novas do Largo da Batata, a ideia da Banca Aberta.
RECONVERSÃO DO LARGO DA BATATA
(a interação entre o mobiliário e o desenho urbano)
Mobiliário Urbano: “O projeto não pretende selecionar mobiliário de bom desenho e disseminar pela área. Pretende-se o estabelecimento de núcleos a serem colocados em locais apropriados (entroncamentos de circulação pedestre, pequenas praças), núcleos estes compostos de um conjunto: Dois quiosques, sendo um para banca de jornal e outro para ambulantes cadastrados; bancos, lixeira, caixa de correio, telefone. Árvores de sombra e iluminação pública.”
Memorial descritivo do projeto premiado no Concurso Público Nacional Reconversão Urbanado Largo da Batata, Arq. Tito Lívio
A implantação das novas bancas representa uma etapa significativa no processo de reconversão do Largo da Batata. Para tanto, buscou-se o desenho de um mobiliário que interagisse com o projeto urbano proposto para a região. Esta interação se dá a partir do conceito de Banca Aberta: um diálogo com a significante valorização do pedestre, presente na proposta de reconversão. A abertura da banca em duas esquinas contribui com o propósito do projeto de reconversão do Largo quanto à implantação do mobiliário em núcleos, agrupados ao invés de dispersos. Essas esquinas abertas da banca se relacionam com os outros equipamentos mobiliários, com a vegetação e com as visuais do Largo. A ideia foi criar esta continuidade com o ambiente planejado, causar o menor impacto à paisagem da cidade, e ao mesmo tempo servir como referência urbana, ponto de encontro, passagem e permanência.
INCLUSÃO E INTERATIVIDADE DIGITAL
A nova banca deve-se atualizar quanto às mudanças tecnológicas e digitais, como um meio de difusão mais rápido e prático do que é atualmente. Foram propostos painéis eletrônicos que divulgam os produtos editoriais de mídia impressa ou digital e informam notícia sem tempo real, propagandas de novos produtos, etc. A fachada expõe códigos (QR codes) direcionando usuários a conteúdos digitais. Uma nova publicidade limpa, que projeta para novas tecnologias, gera menor impacto visual (faz parte da fachada), gera menos resíduos de publicidade (os códigos podem ser reprogramados para diferentes links e propagandas) e estimula a curiosidade. Na nova banca, a internet invade o espaço urbano, através da participação dos leitores, usuários, editores. Tweets, blogs, opiniões e plataformas interativas são apresentados nos painéis e na mesa digital interativa, criando vínculo entre o usuário e o espaço. A banca conta ainda com sistema wifi, e tomadas para alimentação de energia acessíveis aos usuários.