CONCURSO NOVA BIBLIOTECA:
PROJETO DE ADAPTAÇÃO DO EDIFÍCIO DA BIBLIOTECA DA FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
concurso nova
biblioteca
FICHA TÉCNICA
Local: Brasil, São Paulo
Status: concurso
Data do concurso: julho 2013
Equipe: Guilherme Ortenblad, Samira Rodrigues, Kathleen Chiang, Mariane Christovam, Ana Carolina de Lima, Florent Vidaling, Patricia Guena, Alex Ninomia. Projeto realizado em parceria com Casa 14 Arquitetura: Mariana Andersen e Mariana Guardani, Renata Palma.
Maquete eletrônica 3D: André Sauaia (renders)
Consultoria: Ulisses Magno dos Santos e Jasel Neme (estrutural), Alberto Cândido e Vanessa Pádua (patrimônio histórico), Aline Simões Ollertz Silva (pesquisa), Vagner Batista (climatização).
O PROJETO
Intervir em um edifício com uma estrutura inadequada para comportar a função à qual foi designado, repensar os espaços restritos e fragmentados, abrigar e preservar o valioso acervo da faculdade de Direito e ao mesmo tempo dispô-lo de forma generosa aos usuários, criando espaços de estudo e convívio, colaborar para a produção cultural e intelectual da cidade e, por fim, contribuir para o rico patrimônio urbano e arquitetônico da região central da cidade de São Paulo foram os desafios apresentados para a criação da Nova Biblioteca da Faculdade de Direito da USP.“Imagina-se a nova biblioteca dos departamentos como um lugar aberto, de franco acesso e que prioriza o espaço da consulta e da leitura: o encontro do acervo com o usuário é a verdadeira atividade fim deste edifício.”(trecho retirado do “termo de referência” do concurso)
Para a criação desta nova centralidade cultural da cidade propôs-se, estrategicamente, interferir minimamente nas preexistências. Pretende-se ativar a cidade e a biblioteca a partir de pequenas, mas expressivas intervenções, tanto no Anexo IV como na área pública, de maneira a qualificar seus espaços e estimular os fluxos dentro e fora do edifício. Logo, as maiores intervenções propostas se dão no âmbito da adição solidária de novas estruturas ao invés de ações radicais nas estruturas existentes. Sendo assim, a estrutura proposta soma-se à atual, complementando-a.
A estrutura do atual edifício do Anexo IV será em boa parte preservada, não por razões simbólicas ou representativas, mas por justificativas econômicas e sustentáveis (redução de impacto ambiental e geração de resíduos). Para tanto, um núcleo central será erguido de maneira a corrigir as antigas deficiências e estabelecer seu perfeito desempenho e funcionamento como biblioteca. O objetivo dessa intervenção é integrar e organizar a estrutura atual e futura. Assim, adições espaciais, reforços na estrutura e algumas demolições pontuais se fazem suficientes para a transformação do Anexo IV em um novo núcleo simbólico para São Paulo.
Esta nova espinha dorsal abrigará o acervo que, aliada à antiga estrutura, se desenha de maneira convidativa aos usuários de forma a lhe conferir força e vitalidade. Como consequência, espera-se estender esta energia para o pulsar do Largo em que se encontra.
O papel e permanência da Faculdade de Direito no Largo São Francisco são muito significativos para preservação da região central de São Paulo. A relação de fluxos e de esfera simbólica que a nova biblioteca estabelecerá com os demais edifícios da Faculdade de Direito da USP é uma grande oportunidade para ativação da rua e da cidade podendo contribuir para a rica e dinâmica vida urbana do centro. Esta relação deve se estabelecer diante da lógica contemporânea de construção da cidade, valorizando o entorno em detrimento da veneração da peça arquitetônica singular. Assim, a sinergia entre os diversos edifícios anexos e o edifício histórico se dá pelo solo urbano potencializado pelos usuários, que ativam estes espaços.